Preto, branco, ou azul. Qualquer coisa seria viável naquela noite. Minha intuição gritava: vai em frente. Costumava passar meus finais de semana pro aí, sem destino, o importante era estar com os amigos, mas na maioria das vezes, eu acabava ficando sozinha.
Era verão, quando chegamos em New York City, estava um pouco nervosa. Afinal, dirigir numa big city com seus chefes, não é muito agradável.
Na rua da Penn Station Street, Mayara foi verificar a reserva do Hotel. De repente, vi pessoas gritando desesperadas, baixei o vidro, minhas pernas começaram a tremer.
- U can't stop here! GO, GO OUT!
-What? sorry I'm not live here. - I said.
- Just go out! - Someone yealled me.
Fiquei desesperada, pensei que eu poderia ser presa. Afinal, você é preso por qualquer coisa nos Estados Unidos. Mas deu tudo certo, apesar que, policias começaram a me cercar, somente por ter parado na faixa amarela em frente ao hotel. Por um momento pensei que eu estava no Brasil.
Jump, Jump. Nos sentimos assim, quando entramos no quarto. Três brasileiras num hotel sozinhas, ia ser um pouco preocupante. Não por elas, mas eu estava completamente agitada.
Bom, naquele dia eu não queria pensar em mais nada, quando ia na City, os obstáculos desapareciam e a paz reinava meu peito. Queria ter experimentado diversos restaurantes, mais como toda brasileira cômoda, tudo terminava em Mc Donald's.
[ Meus amigos me descrevem como "louca", pela vida ou por eu ser eu mesma. Outros dizem, que eu deveria ser jornalista, ou fotografa. ]
Convenci minhas amigas que iriamos fazer a festa de despedida da Mayara em alguma Party na cidade. Uma delas precisava de um vestido para a night, andamos por quase 3 horas, enfim, encontramos! Depois do cansaço fui me deliciar no Dunkin' Donuts, aproveitei e levei mais 5 para a viagem.
É muito engraçado se arrumar com suas amigas, mulheres são divertidas. Mesmo querendo ser práticas, conseguem sempre tornar as coisas mais complicadas. Que roupa eu vou? Batom vermelho ou vinho?. Mas elas não eram assim, alias, como agradeço por ter as conhecido. Naquela noite eu estava completa, não precisava de mais nada.
- Taxi!!!- gritei na rua. Entramos tagalerando em Português.
- Para onde vão? - Disse o Taxista.
- Vamos para 39 E 58th St Please! - eu disse.
- 7 dólares.
Elas não conheciam baladas na cidade, indiquei a Lavo. Ficamos na fila por quase 20 minutos, e decidimos ir para outro lugar. "Marquee", foi a escolhida. Pegamos um táxi. É incrível como tem "otários" em todos os lugares, mas eu tenho certeza que aquele taxista era Indiano. Começou perguntar para Karen sobre o perfume dela, como uma doce mulher respondeu com muita educação. Então, comecei a ficar nervosa, pois eu sabia as intenções daquele homem e aonde isso poderia chegar. Costumo ser muito educada com todos, mas nesse momento, comecei alerta-las em Português sobre o perigo que poderíamos passar. Após alguns segundos, o embriagado quase bateu o carro. Começou a dirigir em ziqgue zaque, ficamos com medo e então comecei a xingar na minha língua nativa. Optei por pular do carro, elas não tiveram coragem. O indivíduo começou a falar que éramos" good". Não tenho paciência para homens, tive que ser grossa e falar que namorada das minhas amigas. Chegamos salvas.
Marquee é considera uma das baladas mais populares de Nova York, portando, eu já espera uma fila gigantesca. Como eu já estava meio nervosa, deixei minhas amigas na fila e fui para uma vip, meu plano era encontrar uma fila menor. Tinham 3 Canadenses na minha frente, estavam conversando sobre a ultima viagem que fizeram no Caribe, quando de repente, olharam pra mim...
- Hi there how are you? Where are you from?
- I'm from brazil, why?
- Sorry, cause are u looks like very diferente - he said.
Eu tinha entendido, na visão dos homens, nós brasileiras somos privilegiadas pelas curvas. Começamos a conversar, quando um deles disse que iria entrar na festa sem pagar, pois era amigo do dono. Me convidaram para entrar com eles, agradeci e fui. Gritei para as minhas amigas.
- Meninas, me siga, venham logo!!! Mas fiquem caladas. - Gritei rezando para não ter nenhum brasileiros ouvindo.
- Mas o que esta acontecendo? Como você conseguiu passar na frente de todos e ainda, sem pagar? - Mayara questionou.
- Simples, seja cara de pau!
Os rapazes era muito bonitos, mas a minha intenção era apenas me divertir, e não "pegar" alguém. Assim que entramos, as puxei pelo braco e caímos na multidão. Deu certo, não os vimos mais naquela noite. Como tínhamos entrado vip, poderíamos beber sem pagar por nada.
Em menos de 15 minutos eu já estava bêbada. Não lembro o que bebi, peguei as garrafas e brinquei de ser ''bar men". Minhas amigas não eram tão loucas quanto a eu, senti as levando para o mal caminho. Mas era uma fase, eu precisava daquilo naquele momento. Longe do meu país, enfrentando uma vida complicada nos EUA.
Dancei a noite inteira, conversei e filosofei com pessoas de diversos países. As mulheres como sempre, me matavam com os olhos. Os homens, me paqueravam. Mas eu só queria conversar e nada mais além disso. Lembro vagamente daquela noite, nunca bebi tanto como naquele noite.
- Jackie, já são 2h30 e estamos cansadas. Vamos embora?
- No Way! Está muito cedo, vou ficar ate fechar. Não se preocupem eu sei me virar, quer que eu repita o endereço do Hotel?
- Mas você não esta bem, esta dançando desde que chegamos.- Mayara disse preocupada.
- May - Disse a Karen - Ela sabe se virar tenho certeza, vamos embora ela tem o nosso telefone, se algo acontecer ela vai nós ligar.
Karen estava certa, ja tinha lhe dito que, se caso quisessem ir embora, eu ia me virar. Me lembro quando algums pessoas me chamaram para ser DJ da festa e me pediram para sambar. WTF!
Algumas horas depois, estava no sofá escrevendo meus versos no celular. Quando um segurança desagradável disse.
- Time to go! GO, GO ,GO!
- Okay, I'm going Filha da*&&¨.
Não senti medo, eu ainda lembrava o endereço do hotel. Fui pra fora, filosofei com um Belga que pediu o meu facebook, e hoje somos amigos. O pessoal que tinha saido da party me disseram ''Bye Bye'', é, fiz amizade com todo mundo da festa.
Peguei um taxi, disse o endereço e já fui ameaçando se caso ele fosse dar em cima de mim. Era para ser apenas 3 dólares de gorjeta, me roubou 2 obamas, então acabou sendo 5 dólares. Cheguei no Hotel, dizendo Good Morning para todos às 5h30 da manhã.
Fiquei aflita quando apertei o botão do elevador - sera que ainda lembro da porta do quarto?. Entrei no Elevador, e tinha um Mexicano que não falava inglês. Como todo homem bêbado e fdp, começou a dar em cima de mim. Como eu estava um pouco alegre, disse a ele que trabalhava na FBI e se caso ele tentasse me abusar, eu cortaria o pinto dele. Sim, eu disse isso em Espanhol. Mesmo não sabendo espanhol, uma Colombiana que conheci na festa me ensinou algumas palavras, foi o suficiente para me defender. Mas, não lembro mais nada em Espanhol.
Por sorte, não me perdi nos corredores. Abri a porta, e minha amiga:
- Essa é hora de chegar mocinha?
Já disse que me sentia em um filme nos EUA?
- I just want to eat some donuts and sleep. Good night!
Jacqueline Moraes
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