Foi de sexta pra sábado dessa vez, e era sempre contraditório: intenso e tranquilizador. As semanas se passavam e o meu caderno ia perdendo cada vez mais folhas...
Escrevia sempre depois de algo, como um escritor de romances baratos. Haviam os méritos, mas em geral não era mais que isso. Meu tempo era diferente, sobretudo agora, as coisas aconteciam no momento que tinham que acontecer, meus horário-marcados eram na verdade atrasos-marcados.
Éramos constantes, e pra ela, apesar da pontualidade, eram os não-compromissos que a agitavam. Sua presença me acalmava, nos curtíamos de verdade, me confirmavam o brilho dos teus olhos, sua respiração ofegante e as descompassadas batidas em seu peito. Acho que ambos sabiam onde isso ia dar, mesmo assim nas primeiras vezes frisamos o quão desnecessário era rotular. Enquanto isso a frequência ia aumentando; e claro, nós riamos das historias que contávamos um pro outro, assim nossas horas juntos voavam.
Eu obviamente deixei de fazer alguns trabalhos, de dormir por algumas horas que me fariam falta, deixei de ler umas paginas e passei a escrevê-las. Eu já desejava tudo isso e o motivo não poderia ser melhor. Além das marcas de batom nas camisetas e o gosto dele continuava em minha boca, ganhava os seus reconfortantes abraços, gostava de dialogar com a profundidade do seu ser. Os avanços eram notáveis, empenhávamos dedicação, entrega e compreensão pra tudo que havia entre nós. Minhas linhas se tornando mais seguras, suas palavras sem medo ou vergonha de estar. Ri quando pensei que há 4 semanas tudo isso era inimaginável, externei, ela riu, pensava o mesmo. Terminaríamos sendo felizes.
Jacqueline Moraes
Nenhum comentário:
Postar um comentário