terça-feira, maio 24, 2016

Como dizia Chico Buarque,

"Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu."
É.Tem dias em que a gente se sente assim mesmo. Com quem partiu ou morreu. Normalmente acontece quando a gente cai em si e vê que perdeu um pedaço da historia, mas não sabe onde, nem como, porque apesar de estar se sentindo como quem partiu ou morreu, na realidade nunca partiu. Sempre esteve ali. Achou que estava presente, achou que estava sendo companheira e de repente, percebe que  não foi nada disso. Alguma coisa realmente acontece. Mas você não sabe o que, nem como, nem onde, nem quando e muito mesmo por quê. Aí,você começa a tentar de todas as outras formas resgatar o que parece ter ficado para trás, entender o que se passou, mas  não adiantou. Bate um desespero, uma agonia, uma dor no peito que nada faz passar. A gente tenta raciocinar, mas há muitos momentos em que o raciocínio da lugar ao sentimento e ai  não tem célula cinzenta que de um jeito. O negocio é ir chorar na cama que é  lugar quente. Ou embaixo do chuveiro para lagrimas rolarem mais soltas, sem inibição. De vez em quando a gente ate solução, respira fundo, mas os olhos não secam. A dor no peito  não passa e a impotência massacra a nossa alma. Não há nada que se possa fazer além de simplesmente estar ao alcance do abraço.

Boatos


Dizem por ai que um abraço cura qualquer ferida,
das mais curtas e  longas;
das mais doloridas e coloridas.

Dizem também que vai sarar,
que uma hora tudo passa,
talvez a ferida externa como essa aqui.

A outra, nao desaparece
ela fica, estaciona e diz Adeus.

Jacqueline Moraes