quarta-feira, dezembro 05, 2012

A vida me ensinou


    As pessoas vagamente me olham e me perguntam. "Porque você ainda não entrou na faculdade?, a minha vontade é de dizer, " você vai pagar?". Mas eu mantenho a calma, e simplesmente digo que ainda não chegou meu momento, e sinto que nem faculdade irei fazer.
    É normal de todo adolescente quando esta para terminar o Ensino Médio, se sinta perdido. Afinal estávamos em baixo da asa dos nossos pais, e a maioria dependendo completamente de tudo.
Eu por um momento pensei em fazer pro uni e toda aquelas coisas, mas não iria prestar Moda, se for para mim me formar no curso dos meus sonhos, será para ser a melhor me focar completamente, mas não eu ia fazer Turismo.
    Nada planejado se concretizou, no fim comecei a fazer curso técnico de moda, foi bom? foi maravilhoso, um ano de mega correria, indo e vindo de Mogi a São Paulo.Me realizei. As vezes eu só pensava, mas sem sentir -" Como eu aguento esse muco - vuco todo santo dia?" - percebi que quando você gosta de uma coisa mais que qualquer coisa, não importa quantas milhares de pessoas de empurram na estacão de trem, ou quando quase te pisoteiam na estacão do Brás para pegar o metro sentido Barra Funda, ou o pior, fazer transferência na estacão de guainazes - puta de uma palhaçada, vou te falar viu.
    Deus é incrível  nos caminha certinho para tudo que deve ser, no fim terminei meu curso em um ano, e começei na mesma semana trabalhar na Agencia de modelo. Modelo? não nunca foi meu propósito. Eu comecei de pequeno, como caça talentos em um mês fui promovida como Produtora. Acho que me dediquei exclusivamente para isso, não consigo pensar pequeno, se eu começar pensar pequeno, chame a polícia e os bombeiros que eu não estou bem.
    Trabalhei que nem uma camela sem ver, afinal para se bater meta em muito pouco tempo, meta minha. Eu amava aquilo, o ar de correria e pensar que você mesmo faz seu salario com seu esforço sem pensar o quanto o governo vai te tirar no final do mês  incrível. Meses depois, tive que me mudar para outra cidade, Limeira, é foi algo extremamente difícil, eu namorava. Não importa, eu bati o pé "eu vou, você querendo ou não, a não ser que você me reembolse uma boa grana no final do mês"- pensei e acho que falei isso também  não me lembro, fiz questão de deletar esse episódio de discussão.
    Mas também eu acho que fui louca o bastante, para dizer para todos que em 4 dias eu simplesmente iria me mudar de cidade, e morar "quase sozinha". Foi a melhor e pior decisão que tomei, pior por causa da agonia de estar sozinha, sem amigos para sair e as pessoas que amava e amo longe de mim, e o lado ótimo é a indepencia, viajar toda semana para longe apenas com uma mala e com o coração apertado sobre a decisão. O lado bom, de você notar que independente o quão longe você esteja, o melhor é correr atrás dos seus objetivos e sonhos. Mesmo que não foi tanto assim, mas meu coração gritou para mim ir, acho que isso tinha um propósito, e tinha mesmo.
     Mas costumo acreditar que tudo que é bom, acaba. Fui promovida como gerente, fiquei mega feliz, uma grande responsabilidade inclusive, mas infelizmente bancar com todas as despesas de uma cidade rica como Limeira, não era meus planos, berando aos 6 meses mudei para a agência de Piracicaba. Não era a mesma coisa, o trabalho mais arduo, tudo longe e as "pessoas", como tem gente invejosa nesse campo. Não deu mais, tinha me esgotado completamente e  em oito meses, volto para Mogi, ou melhor uma semana depois que fui parar no Nordeste, não quero falar muito desse episodio. Mas voltei mesmo definitivamente para minha cidade natal, voltei com aquela sensação de missão comprida, voltei outra pessoa, e vi que essa small city, não e não! Não é minha vida, o mundo é mais, vim como uma outra visão sobre as coisas, mais madura, concertea. As pessoas mal me reconheceram  quando você sai da zona de conforto e simplesmente se Vira para tudo Sozinha aos 19 anos, você muda, sua mente abre e não se questiona tanto mais sobre as dificuldades.
    Consegui dois empregos dos meus" sonhos" da época, não tenho o que reclamar, ao mesmo tempo a vida me deu uma boa de uma lição, uma lição muito rápida inclusive.
    De repente um baque, aquele romance desde os 17 tinha se acabado, puft, e vou la eu, pela terceira vez em meio ano recomeçar completamente.
    E dai me pergunto, será que se eu tivesse entrado na faculdade, eu teria toda essa bagagem de conhecimento?  Não, mas não mesmo. Eu ainda seria aquela menina bonitinha e fofa, sem saber muito sobre a vida, e com medo e pensando o que seria de mim quando terminasse a faculdade.
    E uma das minhas mais árduas experiências, e ao mesmo tempo das mais belas, as mais frustante em toda minha vida, 2012 foi o ano de auto conhecimento, por completo.
    Foi tomada a decisão: Viajar pelo mundo, independente como e onde e porque.
    Tudo se liga, é isso que vou fazer da minha vida, não estou me importando quando vou me formar na faculdade e ter um diploma, não estou me importando quando vou me casar e ter filhos, não estou me importando sobre o que minha família pensa, não estou me importando em mais nada, esse é meu sonho e o mais forte de tudo, desde infância e que demorou pra mim descobrir.
    Um dia eu voltarei a ter uma vida Normal como a sociedade impõe, e sim concerteza, mas não agora. Meu passaporte vence em 2017, quem sabe logo depois disso? não sei, cansei de fazer planos, todos os meus nunca deram certo, nunca dão certo por que a vida lhe encaminha o que é melhor. Mas Mogi, não é minha cidade, desculpa.
    Quanta turbulência, mas a partir de agora só quero pensar em aviões, navios, bicicletas e mochilas nas costas.
    Vou fazer do meu filme, o meu e não oque as pessoas dizem o que é certo ou errado.
    Quem ama, entende isso.
                                                                                                   Jacqueline Moraes

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