Só mesmo na França é que uma sobremesa pode colocar uma cidade no mapa. Ao sul de Orléans, no Vale do Loire, fica Lamotte-Beuvron, cidade com menos de cinco mil habitantes, onde em 1889 foi criada acidentalmente a receita da mais clássica torta francesa: a tarte tatin. A história conta que as irmãs Stephanie e Caroline Tatin ficaram responsáveis por cuidar do negócio da família, o hotel Tatin, após o falecimento do pai. Enquanto Caroline, conhecida como a “princesinha de Sologne”, era a encarregada da administração do hotel, cabia a Stephanie cuidar do restaurante. O local era famoso na região por sua perfeita torta de maçã com crosta crocante, maçãs macias e caramelizadas. Até que, por engano, num dia de muito movimento, Stephanie colocou as maçãs no forno, esquecendo de acrescentar a massa. Percebendo seu erro, tentou recuperar o prato cobrindo as maçãs com a massa. Quando desvirou a torta e viu o belo resultado, decidiu servir imediatamente, mesmo o conteúdo ainda estando quente. E assim, pode-se dizer que nasceu um dos maiores clássicos da culinária francesa. Ninguém acredita realmente nesta história, pois as tortas invertidas, como são chamadas na França, já existiam muito antes do século 19. De qualquer forma, esta receita foi levada à Paris pelo famoso restaurante Maxim’s, onde aparecia no cardápio como a torta das damas Tatin, dando continuidade e reputação à lenda das irmãs. A cidade de Lamotte-Beuvron leva tão a sério a torta que a fez famosa tonando-se sede de uma confraria que defende a tradição, divulgando a receita e promovendo o consumo entre os amantes da torta: a La Confrerie des Lichonneux de Tarte Tatin. O recheio desta torta leva somente três ingredientes: maçãs, manteiga e açúcar. A massa pode ser folhada ou podre. Mas, apesar de parecer simples, não é. São pequenos segredos que podem levar a tarte tatin de pesada e sem graça a sublime e tentadora.
sexta-feira, março 29, 2013
Tarte Tatin com sorvete
Só mesmo na França é que uma sobremesa pode colocar uma cidade no mapa. Ao sul de Orléans, no Vale do Loire, fica Lamotte-Beuvron, cidade com menos de cinco mil habitantes, onde em 1889 foi criada acidentalmente a receita da mais clássica torta francesa: a tarte tatin. A história conta que as irmãs Stephanie e Caroline Tatin ficaram responsáveis por cuidar do negócio da família, o hotel Tatin, após o falecimento do pai. Enquanto Caroline, conhecida como a “princesinha de Sologne”, era a encarregada da administração do hotel, cabia a Stephanie cuidar do restaurante. O local era famoso na região por sua perfeita torta de maçã com crosta crocante, maçãs macias e caramelizadas. Até que, por engano, num dia de muito movimento, Stephanie colocou as maçãs no forno, esquecendo de acrescentar a massa. Percebendo seu erro, tentou recuperar o prato cobrindo as maçãs com a massa. Quando desvirou a torta e viu o belo resultado, decidiu servir imediatamente, mesmo o conteúdo ainda estando quente. E assim, pode-se dizer que nasceu um dos maiores clássicos da culinária francesa. Ninguém acredita realmente nesta história, pois as tortas invertidas, como são chamadas na França, já existiam muito antes do século 19. De qualquer forma, esta receita foi levada à Paris pelo famoso restaurante Maxim’s, onde aparecia no cardápio como a torta das damas Tatin, dando continuidade e reputação à lenda das irmãs. A cidade de Lamotte-Beuvron leva tão a sério a torta que a fez famosa tonando-se sede de uma confraria que defende a tradição, divulgando a receita e promovendo o consumo entre os amantes da torta: a La Confrerie des Lichonneux de Tarte Tatin. O recheio desta torta leva somente três ingredientes: maçãs, manteiga e açúcar. A massa pode ser folhada ou podre. Mas, apesar de parecer simples, não é. São pequenos segredos que podem levar a tarte tatin de pesada e sem graça a sublime e tentadora.
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